O quadrinista Mauricio de Sousa enfrentou uma derrota na eleição para a cadeira 8 da Academia Brasileira de Letras, realizada na quinta-feira (27). Com apenas 2 votos, ele foi superado pelo filólogo Ricardo Cavalieri, que obteve 35 votos. A eleição para a vaga, anteriormente ocupada pela acadêmica Cleonice Berardinnelli, que faleceu em janeiro de 2023, se mostrou polêmica e repleta de desafios.
Outros candidatos que competiram pela cadeira incluíam o escritor Joaquim Branco, o escritor Eloi Angelos G. D’Arachosia, o advogado José Alberto Couto Maciel e o jornalista, produtor de TV e escritor James Ackel. Este último criticou a participação de Mauricio de Sousa, menosprezando os quadrinhos e afirmando que “gibis não são literatura.”
Apesar das expectativas em torno da eleição de Mauricio de Sousa, a Academia Brasileira de Letras expressou sua intenção de se abrir a mais diversidade, incluindo mulheres, negros e indígenas em seu quadro. Atualmente, a maioria dos membros da academia é composta por homens brancos mais velhos. O presidente da ABL, Merval Pereira, enfatizou que a instituição não busca necessariamente popularidade, mas sim maior inclusão.
Após a derrota, Mauricio de Sousa parabenizou Ricardo Cavalieri e destacou a importância dos quadrinhos na formação de leitores e sua contribuição para a literatura. Ele não respondeu quando questionado se disputaria novamente uma vaga na ABL, que abre uma cadeira apenas quando um membro existente falece ou abdica.
A votação para uma vaga na Academia Brasileira de Letras costuma ser bastante concorrida, e os candidatos buscam se destacar e se aproximar dos membros existentes. Além disso, fatores específicos para a vaga, como a relação de Cleonice Berardinnelli com a filologia e a ideia da ABL de criar um dicionário, influenciaram a eleição.